Verifica RS: rede mobiliza parceiros para compartilhar informação verificada sobre enchentes

Iniciativa criada por jornalistas gaúchas e apoiada por Unisinos e Afonte distribui conteúdos em redes sociais e grupos de moradores, além de fornecer material para influenciadores digitais

Enquanto as enchentes devastam o Rio Grande do Sul desde o início de maio, a enxurrada de desinformação nas redes sociais prejudica o socorro às vítimas e amplia a crise no Estado. Nesse cenário, nasceu a rede Verifica RS, com o propósito de disseminar conteúdo verificado nas mídias sociais e em grupos de moradores, além de fornecer material para livre reprodução por influenciadores digitais.

Liderada pelas jornalistas Luíza Fritzen, Juliana Coin e Taís Seibt, a iniciativa contou com apoio da Afonte Jornalismo de Dados e do curso de Jornalismo da Unisinos na sua criação, e já começa a reunir mais instituições parceiras para se fortalecer como rede. A estratégia escolhida foi utilizar conteúdos verificados por agências especializadas, como a Lupa, para replicá-los inicialmente nos canais @afontejor e @jornalismounisinos no Instagram. Com o crescimento da mobilização, a rede Verifica RS ganhou um canal próprio no Instagram e no TikTok (@rsverifica).

Também são produzidos conteúdos em outros formatos, como áudios curtos e resumos em linguagem simples com links de checagens para circular diretamente em grupos de WhatsApp que reúnem moradores da região — onde nem sempre os formatos tradicionais de checagem conseguem penetrar. 

O foco principal é a desinformação sobre serviços, como doações, resgates e abrigos, questões sobre saúde, abastecimento de água e políticas públicas de apoio às vítimas, entre outros. 

Apoio de influenciadores e instituições

Com a articulação dos próprios voluntários, a iniciativa avança para a distribuição de conteúdos verificados na forma de mídia-kit para livre reprodução de influenciadores digitais dispostos a atuar como embaixadores contra as “fake news” em seus próprios canais. 

Além disso, a rede pretende agregar outras instituições de ensino, grupos de pesquisa e empresas de comunicação que estão atuando na frente contra a desinformação no RS. Os parceiros podem tanto reproduzir os conteúdos quanto fornecer materiais que tenham produzido em seus contextos para o canal da rede, contribuindo para a disseminação de informação verificada. Quem tiver interesse pode entrar em contato por DM no próprio perfil ou pelo e-mail rsverifica@gmail.com.

> Siga as publicações do projeto no TikTok e Instagram

> Veja quem faz parte da rede e como funciona o VerificaRS 

Afonte e Unisinos contra a desinformação

Esta não é a primeira vez que Afonte atua em projetos contra a desinformação. Na pandemia de Covid-19, em 2020, a Padrinho Conteúdo lançou uma série de podcasts com serviço sobre o coronavírus e distribuiu os spots a centenas de rádios do interior do Rio Grande do Sul, além de plataformas digitais. Afonte colaborou com orientações contra a disseminação de notícias falsas

Em 2021, com apoio do Goethe-Institut em Porto Alegre, Afonte lançou o guia de educação midiática Postar ou Não, que também inclui uma série de podcasts produzidos em parceria com a Padrinho e uma página especial sobre como funciona a timeline, produzida em parceria com o Baixa Cultura

A Unisinos também tem histórico de iniciativas voltadas para o combate à desinformação e a promoção da educação midiática. Em 2022, o Desafio Nuvem de Educação Midiática levou treinamento gratuito sobre o tema a centenas de professores da rede pública de ensino que atuam na educação básica. Os próprios professores criaram planos de ensino adaptados a seus contextos, disponíveis em um e-book de acesso livre para inspirar outros educadores. O projeto teve apoio da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil.

Em 2023, com apoio do Instituto Ling, outra formação gratuita para professores do ensino básico foi ministrada por pesquisadores da Unisinos e especialistas convidados, o Cultura Tech na Sala de Aula. Ao final do programa, os participantes desenvolveram produtos midiáticos para utilizar em sala de aula. A formação foi realizada pelo Instituto para Inovação em Educação e pelo Instituto de Cultura Digital da Unisinos.